sábado, 29 de novembro de 2008

Implicações

Infecção ocular por pentastomídeo no Equador (Lazo et al., 1999).

Para quem não entendeu muito bem as hipóteses anteriores e para aqueles que desejam saber o valor prático do que fazemos, vamos falar um pouco de implicações.

Até hoje foram registradas 15 mortes por pentastomídeos... Sim, os parasitas que eu estudo podem MATAR pessoas. Centenas de outras estão infectadas por pentastomídeos, ora de forma assintomática, ora com sintomas relacionados as síndromes de Marrara, ou Halzoun. Sem contar casos de dermatite, prostatite, ataques cardíacos, dores agudas no abdomen, infecções oculares e abcessos no fígado. Casos de pentastomíase já foram relatados na Nigéria, Congo, Costa do Marfim, Egito, Sudão, Irã, Rússia, China, Malásia, Canadá, Estados Unidos, Alemanha, Suiça, México, Panamá, Chile, Costa Rica, Equador e BRASIL.

Não se sabe o que são os Pentastomida... não há remédio ("vermicida") contra eles!

Análises moleculares e dados espermatológicos indicaram que os pentastomídeos seriam exóticos crustáceos parasitas (muito próximo aos Branchiura - conhecidos como piolhos-do-mar).

Nossas hipóteses (publicadas 1 e 2, em construção 1, 2, 3 e 4) são baseadas na análise de fósseis, embriologia, características anatômicas, biologia e ecologia das espécies recentes. Para nós, pentastomídeos são lobopodados modificados. Isso quer dizer que os grupos atuais e vivos mais próximos desses parasitas são Tardigrada e Onychophora. Compreender esses outros grupos pode ser a chave para se descobrir até um fármaco contra os pentastomídeos.

Além disso, compreender o porquê e como a história evolutiva dos pentastomídeos levou eles a apresentarem baixíssimo poder infeccioso e histopatológico nos hospedeiros silvestres também é importante para buscarmos a eliminação deles em humanos.

Ressalto ainda que todas as hipóteses citadas também estão relacionadas à conservação de espécies de hospedeiros, planos de manejo de fauna, prevenção e erradicação de zoonoses, manutenção de animais em biotérios, serpentários e zoológicos.

As hipóteses relacionadas à evolução dos animais metaméricos (publicada 3) devem explicar fatos ainda hoje desconcertantes. Tipo, por que nós, ratos e moscas temos os mesmos genes homeóticos relacionados a expressão de membros locomotores? Por que esses animais "protostomados" e deuterostomados seguem padrões de desenvolvimento embrionário semelhantes para definição dos eixos antero-posterior/ dorsal-ventral e possuem o mesmo grupo de genes homeóticos?

Leiam o que um geneticista falou a esse respeito:

This insight, along with recent genetic information suggesting a reversal of the dorsoventral axes between Drosophila and vertebrates, favors phylogenetic scenarios deriving the vertebrates from annelid-like or arthropod-like body plans”. (Holland et al., 1997:1731)

Nossa resposta as perguntas acima é muito simples e elegante: porque todos esses animais estão relacionados evolutivamente, todos possuem um ancestral comum. Deuterostomados são protostomados modificados, os genes são iguais nos dois grupos, porque eles são um só!!!

Em relação aos Pentastomida... fizemos história!!! Somos citados em mais de dez países, estamos no "Tree Of Life Web Project" e em um dos melhores livros didáticos de zoologia do mundo, Brusca e Brusca (2003).

Mesmo com toda dificuldade, aspectos econômicos e sociológicos desfavoráveis, esforçamo-nos para fazer ciência (construir e trabalhar hipóteses de alto impacto)... Espero do fundo de meu coração que isso seja apenas o começo!!!

Hipóteses

Tenha as melhores animações!



As hipóteses são redes: só quem as lança colhe alguma coisa. (Novalis apud Popper, 1934)

Para curiosidade e interesse público seguem as minhas hipóteses que já publiquei e as que ando trabalhando.

Ademais, é para mostrar que brasileiros também fazem parte da construção do conhecimento!!!

Hipóteses Publicadas

1) Pentastomídeos (parasitas do trato respiratório de vertebrados) devem ser lobopodados avançados muito próximos evolutivamente de Tardigrada e Onychophora e podem ter derivado no Pré-Cambriano de um ancestral comum com
Facivermis yunnanicus (um animal lobopodado com redução de metâmeros e cefalização de apêndices locomotores).
Evidências: fósseis do Cambriano e caracteres anatômicos dos Tardigrada, Onychophora e Pentastomida recentes.
Publicações: Almeida e Christoffersen (1999, 2002), Almeida et al. (2008).

2) Os grupos de pentastomídeos mais primitivos são os
Cephalobaena, enquanto os mais modificados comprendem os Porocephalus e outros gêneros especializados em parasitismo de serpentes.
Evidências: estrutura e morfologia do cefalotórax.
Publicações: Almeida e Christoffersen (1999, 2002).

3) Animais metaméricos compreendem um grupo monofilético denominado Metameria, possuem um ancestral comum semelhante a uma criatura bentônica, que caminhava sobre o solo marinho usando parapódios como um anelídeo poliqueto. No Pré-Cambriano, a partir de ancestrais poliquetos, houve a derivação dos dois maiores grupos de animais metaméricos que dominam este planeta: Arthropoda (crustáceos, insetos, etc.) e Deuterostomata (lofoforados, estrelas-do-mar, nós vertebrados, etc.). Os Clitellata (minhocas e sanguessugas) derivaram mais recentemente de um outro ancestral poliqueto sedentário relacionado aos grupos Scolecida e Questidae.
Evidências: similaridade molecular dos Clietellata com poliquetos, genes homeóticos compartilhados com "protostomados" e deuterostomados, embriologia, características anatômicas e funcionais.
Publicações: Almeida e Cristoffersen (2001), Almeida et al. (2003).


Hipóteses em Construção

1) Pentastomídeos heteroxenos não são espécie-específicos com seus hospedeiros definitivos. Essa especificidade ocorre em poucas espécies de pentastomídeos monoxenos (p.e.,
Reighardia sternae, Linguatula arctica).
Evidências: mais de um hospedeiro definitivo por espécie de pentastomídeo, histopatologia pulmonar baixíssima, ou ausente.
Publicações relacionadas: Almeida et al. (2006, 2007, 2008a, b, c, d), Anjos et al. (2007, 2008).

2) Pentastomídeos devem competir por sites de fixação com outros parasitas pulmonares. Uma competição por exclusão.
Evidência: em uma mesma área foram coletados lagartos parasitados, ora por pentastomídeos, ora por nematóides, mas nunca juntos no mesmo pulmão.
Publicação relacionada: Almeida et al. (no prelo, 2009).

3) Comunidades de pentastomídeos também interagem entre si e devem realizar, quando possível, distribuição por agregação (em crocodilos há relatos de várias espécies em um mesmo animal). Quando não há espaço (pulmão pequeno), poderá haver apenas uma espécie de pentastomídeo por hospedeiro (eles dever realizar competição por exclusão).
Evidências: em uma mesma área foram coletadas serpentes parasitadas por duas espécies de pentastomídeos, em cada serpente apenas uma espécie de pentastomídeo.
Publicações relacionadas: Almeida et al. (2006, 2007, 2008a, b).

4) Pulmões são órgãos vitais e danos e infecções aqui tornam-se mortais. Por isso, apenas uma longa história evolutiva de relações parasitas/ hospedeiros (Pentastomida/ Vertebrata) deve explicar a baixa histopatologia e quase ausência de sintomas.
Publicações relacionadas: Almeida et al. (no prelo 2009a, b, c).

Obs.: Todas as referências podem ser obtidas em meu CV-Lattes:

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Um pouco de ácido



Reuni minhas frases mais ácidas sobre evolução humana:

"Salve o Pleistoceno! Muito antes dessa época éramos vermes, literalmente!"

"Nós não descendemos do macaco! Nós somos uma espécie de macaco!!!"

"Se a definição para macaco é comer bananas, está tudo resolvido!!! Afinal, qual tipo de macaco vocês acham que nós queremos alimentar plantando hectares sem fim de bananas?!"

"Os deuses são pleistocênicos, não há enterros antes dessa época!!!"

"O Planeta dos Macacos não é ficção! A diferença está na escassez de pêlos dos macacos que dominam a terra na vida real!"

"Sexo, poder e guerra guiam os homens... guiam os chimpanzés!!!"

"A voz interior de um homem é igual ao grito do Tarzan: oooouuooouuuhhhooouuu!!!"

"Hoje à noite vou sair e soltar meu chimpanzé!"

"O quê?! Você hoje está com a macaca? Pois eu sou um macaco e faz tempo!!!"

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Sociologia da Ciência



O mito da ciência exclusivamente objetiva e dos estereótipos de cientistas alheios ao mundo, enfurnados em laboratórios e até misantropos são ficções completas.

Responda a uma simples pergunta:

No seu aprendizado em ciências, quantas hipóteses, ou cientistas da Rússia, ou Índia você conheceu no ensino médio, ou na graduação(*)?

Nos livros de ensino médio e na graduação das faculdades de ciência imperam pesquisadores anglo-saxônicos (ingleses e americanos), germânicos e alguns poucos outros europeus.

Será que a ciência possui endereço geopolítico?

Isso sem contar em quantos músicos, romancistas e poetas não conhecemos de países em desenvolvimento, ou aqueles fora do eixo do poder.

Compreender isso é muito importante até mesmo para a mais simples pessoa. Implica em dizer que se você estiver em um determinado lugar sem prestígio e tradição naquilo que você faz, muito provavelmente irão te ignorar. Seja você um exímio pesquisador, ou um dos mais talentosos músicos.

Eu sou professor de uma pequena universidade estadual no interior do nordeste (Universidade Regional do Cariri - URCA), em meio à região do Semi-Árido, cuja história de exploração humana, abandono social, intempéries da natureza e êxodo humano são características históricas e sócio-culturais.

Oriento alunos inteligentes (graduação e mestrado) e conto com a colaboração de jovens professores pesquisadores de outras universidades (UFC, UFRN, UFPB, UEPB, UFPE, Unesp e UFRJ). Mesmo assim, é difícil um lugar ao sol.

Fazemos o dever de casa, reservamos os melhores resultados de nossas pesquisas e publicamos nas melhores revistas nacionais (p.e.,
Brazilan Journal of Biology) e internacionais (p.e., Parasitology Research). Mas, sabemos da resistência que existe de nossa participação na construção do conhecimento.

Não falo de uma "conspiração" do silêncio, tipo daquelas que Cuvier fez contra Lamarck. Escrevo para registrar que há sim uma visão social do poder na ciência. Então, é mito e estereótipo que cientistas sejam alheios à natureza humana. Como em qualquer empreendimento humano, o poder se estabelece em qualquer uma de suas relações, ciência, ou arte... qualquer uma.

Se você é um universitário norte-americano, aproveite os bons ventos que sopram fortes em sua praia. Eu sou brasileiro de região pobre... terei que me esforçar a vida inteira para sentir, quem sabe, uma leve brisa em meu mar.

É a vida difícil e injusta!!! A sociologia da ciência explica!!!

(*) Exemplos de pesquisadores de sucesso dos países citados:

Alexey N. Dmitriev - Professor de Geologia e Mineralogia, Siberian Department of Russian Academy of Sciences. Expecialista em Ecologia e Eventos Globais.

Narinder Singh Kapany é um físico indiano, conhecido como o inventor da fibra óptica... os cabos de internet que permitem este Blog chegar até você... foi um indiano quem criou!!!

domingo, 23 de novembro de 2008

Macaco Alfa




MACACO ALFA
(Homem Canibal)

Macacos Alfa



A natureza humana não possui qualquer vínculo com programas políticos e econômicos idealizados por homens para justificar o domínio de uma “elite”, concentração de renda, espólio dos recursos naturais não-renováveis, poluição e miséria, miséria por qualquer canto.

Leia com atenção um parágrafo que para mim é uma ótima síntese de nossa história recente:

"Os instintos complementares da moralidade e tribalismo são facilmente manipulados. A civilização tornou-os ainda mais manipuláveis. Há apenas 10 mil anos, um átimo no tempo geológico, quando a revolução agrícola começou no Oriente Médio, na China e na América Central, a densidade populacional decuplicou em relação às sociedades caçadoras-coletoras. Famílias se fixaram em pequenos lotes de terra, aldeias proliferaram e o trabalho foi refinadamente dividido à medida que uma minoria crescente da população especializou-se como artesãos, comerciantes e soldados. As sociedades agrícolas nascentes, igualitárias de início, tornaram-se hierárquicas. À medida que tribos e, depois, Estados prosperaram com excedentes agrícolas, dirigentes hereditários e castas sacerdotais tomaram o poder. Os antigos códigos éticos foram transformados em regulamentos coercitivos, sempre em benefício das classes dominantes. Por volta dessa época, surgiu a idéia de deuses concedentes de leis. Seus mandamentos conferiram aos códigos éticos autoridade absoluta, de novo - o que não surpreende - em benefício dos dirigentes." Wilson, EO. (1999: 244)

Muitas pessoas erroneamente compreendem o Capitalismo como um sistema que possui afinidade com a natureza humana. Indivíduos são apontados na forma de "naturalmente egoístas". O indivíduo é livre em um mundo de competitividade absoluta, no qual ele deverá desempenhar seu melhor para vencer seus concorrentes.

O desenvolvimento dessa idéia é aterrador: "diferenças sociais refletem à natureza!" Ou seja, caro leitor, se você não é bilionário a culpa é de seus ancestrais e sua, por não terem a mesma competitividade e aptidão “natural” de quem é.

O mais grave ainda nessa idéia é que o raciocínio lógico leva essas pessoas pensarem que são realmente melhores do que outras apenas por um parâmetro de bens de consumo e não pela verdadeira natureza das coisas.

Este Blog chama-se Macaco Alfa, porque pretende ser um guia para liderar minhas idéias até meu romance nascer. É chamado assim por que sei, após ler um pouco (*) e ter estagiado por seis meses em 1993 no Laboratório Tropical de Primatologia da UFPB, que nós primatas possuímos uma estrutura social que contem líderes (macacos alfa).

Como são esses Líderes?

Devido à grande semelhança conosco, vamos nos ater apenas aos chimpanzés comuns (Pan troglodytes) (**). O macho alfa é fisicamente o mais forte do grupo, mas apenas isso não bastaria para ele ocupar a sua posição de status no grupo. Ele é eleito por seus pares, tem sempre a maioria lhe apoiando (essa é sua verdadeira força).

Como ele consegue isso? Já escrevi aqui sobre genética e nossos corpos (leia o texto “Andamos por aí”). Grande parte de nosso comportamento também é genético, o macho alfa possui o “dom biológico” comportamental da força física e, acreditem, da “moderação” entre os seus. Por ser essa mistura de força e mediação, ele faz a diferença como amigo e em conflitos. Nestes ele deverá ser imparcial, sem tomar partido por A, ou B. Isso diminui a agressão entre o grupo e não atrai um mal-querer para si próprio por causa da defesa desse, ou daquele.

O macho alfa é corajoso e fiel ao seu grupo. É o primeiro a defender todos, nem que isso o leve à morte diante de um perigo. Ele é o político ideal e o herói de seu povo! Com essas características, possui muitos amigos (o seu braço direito é chamado macho Beta), causa inveja em seus opositores (aspirantes ao seu posto) e... ele tem muitas e muitas fêmeas!!!

Quando alguma dessas características falha? Simples assim: um novo macho alfa toma a liderança do grupo com o apoio da maioria. Um sistema auto-regulado, um clássico de feedback.

Se nossa ordem social não é geneticamente disposta, ela esconde à realidade. Ver pessoas na rua, em meio à miséria quase absoluta, trás a idéia de fracasso daquele indivíduo, ou algum problema grave que o tenha levado a tal situação. Isso não faz qualquer sentido, porque nas periferias das cidades surgem pessoas valorosas, verdadeiros líderes!!!

Como pode ser isso? Segundo a idéia de um neoliberal, pessoas em miséria deveriam merecer estar assim, porque foi a “ordem natural das coisas”, os mais “aptos” venceram, ganharam e acumularam muito dinheiro.

Nada mais falacioso e pseudocientífico!!!

Há pessoas de grande valor surgindo em toda parte, independentes de sua posição econômica... é biologia e a estrutura social do grupo que dita isso!!! Líderes comunitários, líderes de movimentos sociais, líderes das minorias, líderes das maiorias... Eles estão por todo lado. Com apoio de seus pares, reconhecidos por eles.

São nossos heróis, tornam-se a base de mitos e até podem ser considerados seres sobrenaturais após sua morte!!! Os macacos alfa!!!

Compreender a verdadeira natureza humana é a chave... Os defensores do Capitalismo que se segurem, líderes com poder e moderação surgem o tempo todo entre os bilhões de excluídos. Os líderes, os "macacos alfa", estão por aí liderando uma lenta e gradativa revolução.

Por fim, eis o nosso corolário: "queiramos ou não, o Homo sapiens é uma espécie biológica." (Wilson, 1999).

Ecce Homo!!!

Citação: Wilson, EO., 1999. Consiliência: a unidade do conhecimento. Editora Campus.

(*) Todas as informações colocadas neste Blog podem ser obtidas nos livros que li e estão nas referências ao lado. Se você leitor não conseguir encontrar alguma referência, eu posso lhe emprestar. Mas, por favor, não esqueça de devolver meus livros, ok?! rsrsrs

(**) Bonobos são um caso a parte.

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Quando éramos vermes


No meio da década de 1980, os professores Martin Lindsey Christoffersen (UFPB) e Dalton de Souza Amorim (USP) levantaram hipóteses sobre evolução animal através de princípios da Sistemática Filogenética. Nessa época não haviam livros didáticos para graduação que abordassem a evolução animal nessa perspectiva. Martin e Dalton desencadearam um projeto chamado Filogenia dos Metazoa.

Quase uma década depois, o mundo viu o lançamento do primeiro livro de evolução animal totalmente baseado na sistemática filogenética: Nielsen, C., 1995.
Animal evolution: interrelationships of the living phyla. Oxford University Press.

Mesmo assim as hipóteses apresentadas por Nielsen (1995) diferiam, às vezes completamente, das que estavam sendo trabalhadas na UFPB e USP.

Fui orientando do prof. Martin no período de 1996-2003. Minha primeira missão no grupo de pesquisa em filogenia dos Metazoa foi minha monografia sobre a evolução dos Pentastomida, que resultou em um artigo publicado no
Journal of Parasitology em 1999 e em 2002 um capítulo no livro Biodiversidad, taxonomía y biogeografia de artrópodos de México: Hacia una síntesis de su conocimiento. Após isso, fui designado para trabalhar com grupos maiores, a fim de compor os detalhes das hipóteses sobre origem dos animais metaméricos (aqueles que têm os corpos divididos em segmentos, ou metâmeros... como nós mesmos!) e as interrealções filogenéticas dos grupos dentro de Metameria.

O grupo de pesquisa também era composto por Elineí Araújo-de-Almeida (hoje professora da UFRN) e passou a integrar outros dois jovens pesquisadores André Rinnaldo Senna Garraffoni (hoje professor da UFVJM) e Gustavo Sene-Silva (hoje biólogo da UFPR). A pesquisa sob orientação do prof. Martin começou em 1990 e até agora produziu um livro publicado na
Editora Holos (Almeida e Christoffersen, 2000, com segunda edição em 2001) e quatro artigos: um na Revista Nordestina de Biologia (Christoffersen e Araújo-de-Almeida, 1994), dois na Revista Brasileira de Zoologia (Sene-Silva, 2002 e Almeida et al., 2003) e um na Iheringia (Garraffoni e Amorim, 2003).

Uma das hipóteses diz respeito ao surgimento dos animais metaméricos e deuterostomados (como em nossos embriões os lábios do blastóporo originam o ânus e a boca surge depois) a partir de um ancestral protostomado (o inverso da descrição anterior, os lábios do blastóporo no embrião originam a boca e o ânus surge depois).

Antes de nosso trabalho era consenso mundial que nós animais deuterostomados tínhamos um ancestral compartilhado com os protostomados. Nós propomos algo diferente, na verdade, NÃO COMPARTILHAMOS um ancestral com os protostomados, mas sim SOMOS PROTOSTOMADOS MODIFICADOS.

Apontamos para evidências de que isso aconteceu nos mares profundos do Pré-cambriano (mais de 600 milhões de anos atrás). Nesse período, eramos pequenos poliquetos semelhantes aos Pogonophora (os vermes vermelhos da foto acima) e
Owenia.

Centenas de milhões de anos atrás respirávamos por difusão cutânea, vivíamos enterrados no solo do fundo do mar e não tínhamos olhos (as cores e luzes estavam lá, mas nós não as percebíamos). A comida nós obtínhamos por filtração da água, nunca tocávamos nosso amor, porque na reprodução machos e fêmeas soltavam seus gametas na água... de lá mesmo de nossos tubos enterrados na escuridão do solo marinho.

Em 2003 a banda Frameshift lançou seu primeiro álbum ("Unweaving The Rainbow") baseado nos livros do evolucionista Richard Dawkins. A música que mais gosto se chama "La Mer" e tem um trecho que sempre me lembra nosso trabalho sobre evolução dos animais metaméricos:

La Mer (O Mar)
On the shore I found an answer
Buried in the sand, circles filled with treasure
I took it home to keep it safe
Little spiral in my hand
The stories you can tell
Never cease to captivate me
Just a simple shell
You came out of the sea
Now you belong to me
I hold it close - I know there are many more
It's like a gallery - down on the ocean floor
Shapes and patterns infinite - spelling clues to history
I lie awake knowing who I am
My dreams now seem to make sense again

Eu também acordei e sei quem sou! Sonho com os mares de milhões de anos atrás, quando éramos vermes!!!

Para saber mais:
http://www.scielo.br/pdf/rbzool/v20n1/v20n1a06.pdf
http://news.bbc.co.uk/1/hi/sci/tech/299010.stm

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Anacronismo


Essa é uma ironia da vida humana neste planeta: vivemos com corpos pleistocênicos (isso inclui cérebro e mente) em um meio cultural de evolução dinâmica. Somos todos anacrônicos!

Tem uma música da banda Engenheiros do Hawaii chamada "Crônica" que melhor retrata isso: "você que tem idéias tão modernas, é o mesmo homem que vivia nas cavernas".

Lembrem-se que na vida de um grupo tribal todos têm laços familiares e de amizade. A tribo é composta de irmãos, primos (de todos os graus), sobrinhos e outras pessoas relacionadas a eles. Nesse ambiente você tem uma identidade e função natural, em vias de regra todos são caçadores-coletores (guerreiros) e seus problemas, alegrias e tristezas são compartilhados pela maioria, senão por todos.

Imagine agora você hoje em uma parada de ônibus. Você está cercado de pessoas, mas todas são estranhas e indiferentes a qualquer dor física, ou emocional sua. Não é fácil viver em um mundo assim. Nossa mente primata, envelhecida e milenar está lá, cobrando tudo como ela foi adaptativamente criada. Você então tem depressão!

Você já ouviu falar em "índio suicida"? Não suicídio porque foi escravizado, ou pelo abuso "moderno" de álcool e outras drogas(*). Pergunto, como exemplo, se na história dos Massai, anterior ao colonialismo, você ouviu falar de suicídio por depressão e solidão em larga escala?! Pois é, mesmo quando tinham problemas, esses eram compartilhados por todos.

Mas essa não é a única característica que é anacrônica em nós. Outro exemplo, você não acha estranho que, independente de cultura ou país, os homens insistam em se reunir? Um monte de machos juntos falando de esporte (competição), trabalho (dinheiro, poder,
status) e sexo. Vejam como eles compartilham algum tipo de droga ritualizada (a mais comum hoje é álcool) e tem até petiscos na mesa que são compartilhados por todos (ou seja, um prato principal comum)... Como se estivessem em uma tribo de caçadores-coletores sentados ao redor da fogueira, com um cachimbo ou cigarro (o copo de cerveja de hoje)... rindo e comendo carne de churrasco.

Mulheres fazem isso, mas não da forma que estou me referindo aos homens. Em média nossas fêmeas maduras (dos 30 anos acima) são mais ligadas à família! Isso não quer dizer que elas gostam de ser donas-de-casa e não apreciam festas, muito pelo contrário!!! Mas a estrutura do grupo de uma mulher madura, na maioria das vezes, envolve a família. Até os automóvies que elas preferem quando adultas, em média, são automóveis de função familiar (estilo "Palio Weekend"). Já os homens... seguem o estilo "James Bond-007... Porsche 911 Turbo"!!!

Viver em um mundo de bilhões de pessoas, com nosso cérebro que só pode armazenar em média uma centena de nomes (o que reflete o tamanho de seus relacionamentos) não é fácil. Sem contar na adaptação de nosso corpo para viver andando e correndo nas savanas africanas. Sabemos que ficar sentado o dia inteiro no trabalho e parado em casa diante de uma TV por longos períodos engorda, atrofia os músculos e é mortal para nosso coração.

Nossos antepassados também andavam e corriam antes mesmo do Pleistoceno. Em alguns milhares de anos, com o advento das grandes civilizações, mudamos nosso ambiente... Mas esquecemos que nosso corpo não muda assim tão rápido. Antes do surgimento do ser humano, passaram-se bilhões de anos de evolução, somos uma espécie muito jovem e recente quando comparada com outras (por exemplo, os escorpiões do Cambriano).

A evolução cultural e tecnológica foi tão rápida, tão dramaticamente rápida que nossos corpos e mentes continuam pleistocênicos, entre arranha-céus e computadores!

Abrimos nossos olhos no Pleistoceno, mas não mudamos física, ou emocionalmente desde então.

Somos puro anacronismo!!!

(*) Quem tiver interesse, segue dois links sobre a preocupação atual do suicídio entre índios:
http://www.hcnet.usp.br/ipq/revista/vol30/n1/4.html
http://www.health.state.mn.us/mentalhealth/indworkgroup.html

domingo, 16 de novembro de 2008

Olhos Pleistocênicos






Há um milhão de anos atrás, em meio às glaciações e origem das savanas africanas... Abri meus olhos!

Antes de mim, antes do meu povo, nossos ancestrais já andavam eretos com as duas pernas. Herdei deles meu mundo social básico com uma organização hierárquica, onde há um macaco alfa central, amigos caçadores-coletores (inclua guerreiros) ao lado. Do macaco beta ao ômega, uma corrente masculina sustentada por laços familiares, amizade, poder e sexo (fêmeas disponíveis aos poderosos). [parênteses] Poderia ser uma rede feminina como nos bonobos (
Pan paniscus)? Bem, a esmagadora maioria de nossas culturas, de caçadores-coletores às grandes civilizações, é semelhante, em grandes generalizações, às estruturas de Pan troglodytes. Até que se prove o contrário, sigamos assim.

Eu abri meus olhos em pleno Pleistoceno! A diferença está na minha capacidade cognitiva. O uso de ferramentas, comer carne e gordura (tutano), estar vivendo em um meio social complexo e o surgimento da linguagem falada. Meu cérebro aumentou! Ele é parte de meu corpo, quase todo glabro (porque preciso resfriar-me ao sol... suando), é uma manifestação adaptativa para minha sobrevivência... Maior inteligência, maior raciocínio lógico e compreensão dos outros (empatia e Teoria da Mente).

Eu abro meus olhos à noite e enxergo! Durante milhões de anos nenhum grande primata enxergou no escuro. Eu domino o fogo! Carne, calor, proteção... Eu posso ver os grandes gatos que me caçavam na escuridão... Posso afugentá-los, enfrentá-los, matá-los... com o fogo!

Estou sem sono! Tenho ansiedade, porque amanhã sairemos para caçar. Esse é o ponto importante, uma grande inteligência trouxe consigo, uma ampliação de sentimentos e angústias. Alguns iguais a mim podem ficar tão tristes, tão depressivos que simplesmente desistem de existir e matam-se. Isso é único, desconheço criatura viva que desista de existir aos prantos e que atente contra sua própria vida.

Grande inteligência, grandes sentimentos, grande agonia!

Tal será esse destino que dentro de alguns milhares de anos, os descendentes de meu povo terão apoio psicológico. Surgirá a psiquiatria, psicanálise e neurociência para tratarem do funcionamento e problemas da mente que hoje possuo.

Penso na caçada de ontem, conhecemos muito dos hábitos de nossas presas. Onde elas bebem água, onde comem, o que comem e para onde vão quando chega a seca nas planícies. As estações do ano, quando é época do fogo na savana, ou quando chove muito. Compreendo tudo isso.

Pela primeira vez, minha compreensão é tão aguçada que consigo entender que vou cessar de existir!

Não é fácil ter esse conhecimento, é como uma maldição atrelada à dádiva evolutiva de ter uma mente brilhante. Tão brilhante que posso ver meu futuro... e meu futuro é a morte.

De forma estranha, surge a percepção de que não podemos terminar assim, "sem um sentido humano". Poucos suportariam isso.

Os Deuses surgiram no Pleistoceno! Conosco, juntinhos assim! Antes desse período, antes de um milhão de anos atrás, não há esses seres mitológicos. Agora, enterro meus amigos, rezo por eles para que vão para a terra de nossos ancestrais, além dos céus (cujas estrelas de tão belas serão sempre admiradas pelo meu povo, até que o conhecimento sobre elas virá milhões de anos depois).

Isso é considerado por alguns um produto adaptativo do cérebro humano para seu melhor funcionamento. O cérebro funciona através de idéias e experiência, sobretudo essa última quando vivida. A experiência de cada momento na vida é tudo e o cérebro é vivo! Desconhece estar morto, não há como esse órgão em si relembrar ou criar a si próprio a sensação de não existir. Ele simplesmente existe... Para nosso cérebro ele sempre existiu e nunca irá parar de existir.

Resultado: sensação de vida eterna!

Haverá Descartes que acreditará que pensa e por isso ele existe. Mas a neurociência do amanhã (para você leitor é a de hoje) demonstrará o inverso: que o cérebro existe, por isso pensamos. Esse órgão estava presente antes do Pleistoceno, em formas mais simples, embora muito eficientes. O cérebro veio antes de tudo... a mente de meu povo é produto da história evolutiva desse órgão.

Evolução que me levou até aqui, neste momento de ansiedade. Quando abri meus olhos, escutei todos os sons da noite em uma savana estrelada...

... Há um milhão de anos atrás.

Andamos por aí!



É meio-dia, o sol está matando, mal consigo pensar. Talvez um pouco de água gelada enquanto ando... espera, enquanto o quê? Percebo-me andando, uso apenas minhas duas pernas. Mas é estranho, afinal quantos outros mamíferos fazem isso hoje? Cangurus? Chimpanzés? Nenhum deles, eu sou um indivíduo da única espécie de mamífero bipedal-plantígrado ainda hoje viva no planeta. Bem, os Australopithecus também faziam o que eu e você fazemos ao andar, mas a história de como devoramos eles até à extinção conto depois.

Agora preste atenção: quando andamos nossos braços seguem balançando no sentido contrário ao de nossas pernas. É assim, perna direita e braço esquerdo à frente, depois perna esquerda e braço direito... estamos fazendo em pé o que um animal quadrúpede faz ao andar, trotar! Resquício de nossa ancestralidade entre animais quadrúpedes!

Quem me "ensinou" a ser assim? Se tudo fosse ensinado, então eu teria uma resposta fácil: meus pais, a escola, os amigos! Eu lembro de quando aprendi a ler, mas não lembro de quando aprendi a andar. A resposta está em meus filhotes, eles andaram depois de um ano de vida. Andaram sozinhos! Como o cérebro deles não está plenamente formado, eles não lembrarão, assim como eu hoje de mim mesmo, mas eu vi isso acontecer. Eu vi com meus olhos!

Tenho uma resposta com evidências agora: ando com apenas dois membros, porque é genético, herdado de meus ancestrais!

Uma coisa atrás outra: meus músculos, os cones e bastonetes de meus olhos míopes, a textura e cor de meus cabelos, a cor de minha pele, os dentes de leite que caem, tudo físico, anatômico, sangue, carne, ossos, tudo inquestionavelmente genético!

Eu inteiro, "humano demasiado humano" diria Nietzsche, "genética demasiada genética" digo eu!
Até onde isso vai?!

Paro de pensar... Passa uma mulher por mim, ela tem nádegas lindas, anda com um jeito tão feminino e seu perfume me atrai! Eu apenas sinto, não penso, apenas sinto que a quero para mim.

Volto a perguntar quando me "ensinaram" a ter atração pelo sexo oposto? A resposta agora é rápida como um relâmpago: é genético, sou heterossexualmente genético!

Mas o que em mim não é genético? Faço uma rápida lista enquanto continuo a andar sob o sol: religião, arte, minha língua, todos os costumes de meu povo. Isso deve constituir meu ambiente social, extra-corpóreo. Muito embora dificilmente esse ambiente não existiria sem seres físicos para realizá-lo, para produzir e modificar esse meio abstrato.

Estou quase chegando em casa, o sol ainda incomoda muito, mas sinto-me livre e uma satisfação muito intensa por estar vivo, por existir e compreender as verdades que agora temos à nossa disposição. Dobro a esquina, aumento o som em meu mp4, música boa essa da banda Korn, como ela se chama mesmo?
EVOLUTION:



Tudo haver enquanto ando ao seu lado por aí!

Genética demasiada genética! Expressão da matéria! Poeira das estrelas!

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Realidade


Antes de qualquer coisa, antes de mais nada, preciso escrever sobre realidade.

Esforçaram-se tanto, criaram termos sem sentido como "ser-no-mundo", "ser-na-morte", "semaforonte". Tentaram explicar o mundo e sua realidade por lógica simples e por argumentação de idéias idiossincráticas... vá por mim, tudo "blá, blá, blá".

Realidade é MAIORIA!!! Só isso!!! A maioria da população sempre e sempre!!! Pura estatística!!!

Por exemplo, a maioria das pessoas anda vestida. É uma realidade!!! Não falo de apenas roupas, falo de colares, brincos, anéis e até tatuagens. Vestes para lhe proteger, vestes para identificar seu grupo social e religioso, vestes para beleza, vestes para o trabalho e vestes para a guerra.

No Pleistoceno estavam nuas? Não! No mínimo tinham algum adereço simbólico no corpo, completamente nus é um estado antes de nós termos a mente simbólica que temos, antes do Pleistoceno. Caçadores-coletores têm colares, peles de animais, patuás, sem contar na pintura e tatuagens.

Peraí, e as crianças recém-nascidas? Simples assim: seus cérebros ainda não estão plenamente formados, são como fetos ainda. Com o amadurecimento do cérebro, vem o mundo simbólico com nossas abstrações que tomam conta de nosso mundo.

Você olha de um lado, olha de outro, olha para si mesmo!!! Não é fantástico?! Você está vestido!!! Bilhões de seres... todos vestidos!!!

Mas... e se você tem uma forte vontade de ser DIFERENTE. Em nosso exemplo... de ficar nu na cidade, no parque! A realidade da MAIORIA é esmagadora, no mínimo acharão que você está fazendo algum protesto, ou uma exposição artística. Não é NORMAL, fora da REALIDADE.

Contentem-se com colônias de naturismo, ok?!

Ah! Aí vem o mais interessante ainda, se você é uma exceção, tem algum comportamento que não é comum à maioria das pessoas, VOCÊ NÃO ESTÁ SOZINHO! Por quê? O tamanho da população humana hoje é tal (cerca de 6,5 bilhões de indivíduos), que exceções comportamentais são compartilhadas com centenas, senão milhares de outras pessoas. Ou seja, exceções em humanos hoje... também parecerão normais se você estiver acompanhado de todos os outros tantos e tantos indivíduos semelhantes a você.

Mas você não está nu!!! O Imperador sim, mas você não!!! rsrsrs!!!

Algumas pessoas entram em crise em apenas pensar em assuntos assim. É como se elas achassem que não possuem "arbítrio", que elas têm sim poder de escolha e vêm com uma série de argumentações e nomes de filósofos. Pois... tenham um infarto!!! Corram e gritem pelas praças!!! Não esqueçam sempre de que vocês... não estão nus e não escolheram isso!!!

Realidade é MAIORIA, a média de uma população!!! As regras são ditadas assim!!! Fazer calças para pessoas acima de 1,80m de altura? Fazer camisas para pessoas adultas com menos de 1,00m? Quem não participa dessa MAIORIA tem até nome: "minorias". Como escrevemos acima, são centenas, milhares, mas vivem em um mundo ditado por regras de outros e lutam sempre para ser aceitos.

Nosso mundo social pouquíssimo mudou em relação ao mundo tribal. Afeições, sofrimentos, paixões, tudo foi moldado no Pleistoceno junto com o estabelecimento de nosso cérebro moderno. É ele, não qualquer outro órgão, que nos dá a diferença significativa entre nós e nossos irmãos chimpanzés. O funcionamento de um órgão que cria mundos de abstrações, baseado em genética de animais sociais, distribuído em bilhões de indivíduos... fazem A REALIDADE que experimentamos hoje.

Agora sim, posso escrever sobre todo resto!!! Se você não concordar, porque leu qualquer texto postado aqui e se sentiu "diferente", sabe que não está sozinho e a dimensão da REALIDADE.

Sartre bem escreveu: "o inferno são os outros". Eu escrevo "a realidade também!"

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Apresentação


Finalmente tomei coragem para criar meu primeiro Blog. É chegada a hora de escrever minhas idéias em público, falar sobre evolução, ecologia, comportamento humano, filosofia e sociologia da ciência.

Não são temas chatos... pelo menos meus alunos gostam muito, riem muito dessas situações na vida real.

Este Blog também será uma boa fonte para meu futuro romance. Venho escrevendo ele em minha mente há mais de uma década. Há dois problemas: (1) só há um personagem (um homem pleistocênico, consciente de seu anacronismo e de sua origem símia), (2) não está pronto para ser escrito... vive no mundo dos planos, na intenção da gravidez criativa!

Bem, sejam bem vindos! Aqui o bicho pega! Pega mesmo!!!

Ah! Como é uma apresentação, também tenho que fazer isso de mim mesmo, sou professor adjunto da Universidade Regional do Cariri, tenho pós-doc com trabalho de parasitologia de animais silvestres (répteis) e doutorado em Zoologia (sobretudo evolução dos animais metaméricos).

Para detalhes técnicos acessem meu CV-Lattes (lá estão os links para download de todos meus trabalhos): http://lattes.cnpq.br/9344468891467823

Para detalhes mais amáveis visitem meu perfil no Orkut: http://www.orkut.com.br/Main#Profile.aspx?rl=t&uid=11505054041044864963
 
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